sábado, 25 de agosto de 2018

Cereal no chão, um tapa e os terríveis 3 anos!



A imagem pode conter: cão
Momento desafios de educar um mini ser humano: ontem Lara (3 anos) pediu cereal para comer puro em um potinho. Enchi metade do pote e dei, ela pediu para eu colocar mais. Expliquei que aquilo era suficiente e ela teria mais se comesse tudo do pote, mas que ja era suficiente.
Brava por não ter ganho mais ela virou todo o pote no chão, gritando contrariada.

Se eu fiquei com raiva? Com certeza! Respirei fundo e tirei ela de dentro da cozinha antes que pisasse em tudo. Falei bem serio com ela que aquilo estava errado e eu não tinha gostado daquele comportamento. Ela respondeu que era só limpar o chão e pediu desculpas, e pediu pra eu encher o pote dela com novo cereal..

"Não filha, não é só pegar mais agora. Você jogou o que eu te dei no chão, isso não foi legal, você não vai ganhar mais agora. O que eu te dei esta no chão."Abri para o Bruce (da foto) me ajudar a "limpar" e ela ficou chorando que queria mais.

Voltei até ela e expliquei que a gente não pode jogar as coisas cada vez que não conseguirmos o que queremos, e por um fim educativo de causa e consequência ela precisava entender que ela causou aquilo a ela mesma. Enquanto eu falava eu a segurava suavemente, abaixada no chão olhando para ela. 

Furiosa ao perceber que eu não ia encher o pote dela novamente ela me deu tapa. Segurei a mão dela e falei que ela tem o direito de estar chateada, mas não podia me bater. Coloquei ela no sofá e voltei a cozinha para terminar de limpar e me acalmar.

Ela desatou num choro sentido, com lágrimas e soluços, daqueles que doem o peito.
Voltei ao sofá, peguei ela no colo e dei um abraço carinhoso. Aninhei ela nas minhas pernas e acariciei sua cabeça, e falei bem suave enquanto ela soluçava entre choros um pedido de desculpas, que era normal ficar chateada e com raiva, e que ela podia chorar. A beijei e disse que desculpava sim, mas que ela só ganharia o cereal novamente amanhã. 
 

Achei importante ser consistente na decisão, ao mesmo tempo não reprimir o choro de direito dela, e acolher sem ceder. Foi demorado, exigiu paciência, colo. Nossa vontade imediata é gritar com a criança. Educar é difícil, não sei se acertei, mas acho que ela vai pensar antes de jogar comida no chão novamente, e não precisei castiga -la de forma alguma. Apenas deixar a consequência natural agir.

Não é fácil "segurar" nossas próprias emoções enquanto ajudamos eles a lidar com as deles. É um aprendizado constante. É claro que seguimos com erros e acertos. É claro que estar em um "bom dia" comigo mesma ajuda muito. 


Quando estamos cansadas, com noites mal dormidas, falta de apoio, sobrecarregadas e exaustas, nesses momentos é muito mais difícil educar nossos filhos com amor, pois nós estamos precisando também de empatia e colo. Também precisamos ser cuidadas. Lutamos com nossa própria raiva e frustração, e na pressão do dia a dia é muito difícil. Em um país com uma licença maternidade ridícula, com tantos lares machistas, e tantas mulheres sobrecarregadas, é muito difícil ter o privilegio de praticar um olhar empático com nossos filhos, de ter presença de espirito de não surtar. Meu abraço a todas as mulheres e todos os pais participativos que encaram a maternidade e a paternidade com uma tentativa de não replicar a violência, de não passar adiante.

Tenho para mim que palmadas e agressões são inaceitáveis! O resto a gente tenta! Tenta com amor 

Se quiser ver VÍDEOS sobre educar sem palmadas, veja o link abaixo:

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