sexta-feira, 27 de julho de 2012

Romance no Puerpério (Título Troll)

Esse texto foi escrito pela Mah Gatti Araujo. Uma forma bem humorada de contar um pouco a experiência de ser mãe de um recém nascido.
Eu dei boas risadas lendo o texto dela, e minha ideia de compartilha-lo aqui não é assustar as mães de primeira viagem, mas mostrar que da trabalho mesmo, é normal, e vocês sobrevivem!


Divirtam-se!

Ah, gente. Votecontá. 
Isso aqui tá é meio que A maternidade e o encontro com a Lei de Murphy.
Compêndio de algumas das minhas desventuras como puérpera (recém parida). 
Um desabafo, que seja!

A começar que ninguém (mais) faça a proeza de levar desodorante spray pra maternidade. Antitranspirantes não costumam ser nutritivos para bebês, nem um pouco!! E pois é, eu tive que afogar meu impulso de usar essas coisas cheirosas. E no começo sempre esqueci e entupi o peito de sabonete. Quando finalmente a gente se adestra a não passar sabão no peito, acaba tomando banho sem nenhum tipo de sabão. E quando quiser voltar pro box pra fazer o serviço direito o bebê já estará chorando. É batata, é entrar no Box ou tentar fazer xixi ou um nº2, o bebê vai chorar!

O box é o lugar das primeiras descobertazinhas do pós-parto. A gente acha um barato enxergar o pé de volta (já ver a unha do dedão com talento pra furar meia nem tanto). A gente deve ficar ainda mais feliz quando consegue enxergar os pêlos pubianos de volta. (Mmmmff.. Quando, senhor? Quando?)

Pois é, lembra que o bebê tava chorando? Então corre procurar uma calcinha, pelo menos. Surpresa! Você não precisa mais usar só aquela quase-fralda-de-algodão-branca-com-um-super-elastico- Porque algumas das outras já te servem! Mas nem todas conversam legal com os absorventes pós-parto. Esse, aliás, vai parecer um monstro... Mas você vai sangrar monstruosamente. E bem quando você achar que não precisa mais deles, a vida se encarregará daquele momento super inconveniente.. Talvez com as visitas no sofá da sua sogra.
Toda pessoa saberá mais sobre seu filho do que você! E vai sentir muita raiva daquela primeira pessoa super presunçosa imitando irritantemente a “voz” do seu filho: "Mamãe, eu tô cum flio".
Cara de alface amiga! Faça cara de alface, sorria e acene!

Um recém nascido dá bem mais trabalho do que qualquer outra coisa com a qual você já tenha comparado até hoje. Não, eles não dormem sozinhos. Sim, eles sabem quando você está sentado ou de pé. Não, você não conseguirá enganá-los. E os primeiros dias de anjinho só duram até o primeiro pico de crescimento. Não saia dizendo que seu(sua) filho(a) dorme a noite toda. Que ele é um amor. Pq você vai ter que desmentir muito em breve!

Enquanto você der mamá num peito, o outro peito vai vazar um mooonte. E na hora mais conveniente, tipo enquanto você tá na praça de alimentação de um shopping. 
E vc vai tirar a concha de amamentação do peito, porque acha que ela já encharcou. E você tinha razão, ela encharcou um pouquinho do seu sutiã, sua roupa, sua barriga, sua calça, seu sling... Com a única mão sobressalente (isso se tiver uma), você tenta tirá-la. Cuidado, cuidado, cuidado e fzzzzzz num supetão ela finalmente desgruda. E vaza toda, todinha. Metade cai na tua roupa e a outra cai no chão da Livraria. Sim, todo mundo vai te olhar.

Com sorte a outra metade ficou na concha. E você pede pro marido se livrar do troço e trazer limpo. Ele até volta com a concha lavada, mas MOLHADA. Você coloca a bendita de volta. Daí você dá o mamá, troca o bumbum, levanta pra embalar o bebê e cai a fraldinha de boca no chão. Você agacha pra pegar a coisinha e ho ho ho! O jorro lácteo no chão. Sua produção vespertina jaz todinha no carpete da loja do shopping.

Daí você percebe que esse negócio de concha dá muito trabalho e passa a adotar uma fralda descartável pra cada peito. E vai fazer as contas e concluir que umas DiPano (aquelas fraldinhas de pano modernas lindas) ainda valeriam a pena.  Então você lembra daquele monte de fraldinha Cremer que não rola mais usar no bumbum já que a diarista encheu de Confort. E usa a Cremer no peito que nem massa pra empadão. E funciona! E funciona bem! A fralda de pano, por mais encardida, úmida.. Dá conta do leite prestes a escorrer.

Mas justo quando a gente estiver dando mamá o peito desocupado vai começar a escorrer (porque o bebê assopra, segundo meu esposo). E neste momento a fralda NUNCA estará presente. Você vai pegar qualquer coisa ao alcance. Uma camiseta suja ou um body recém-lavado... Faz negócio até com a toalhinha de crochê pra não se melecar de volta. 

Mas é, você vai viver melecada. Sua mão, antes cheirando a alho ou cebola, agora tem cheiro de hipoglós. Hipoglós com alho e cebola.Você vai se acostumar a feder leite. Leite azedo. E a fralda que tava ali, afinal.. Já tá azeda demais. 

Então você grita pro marido, o salva pátria, trazer uma fralda. Aí o parvo chega com.. Adivinhe? Uma PAMPERS!
(E vai fazer as contas e concluir que umas DiPano ainda valeriam a pena). Então você já pega a fralda da mão dele, fuzilando com o olhar (e com a sutileza de um abacate) e resolve mesmo trocar o bebê de uma vez.

Porque é bem quando o bebê tá mamando que a gente vai perceber o xixi chegando. A gente sente "um quentinho" na fralda. Ou você vai ouvir o cocô. Muito, muito sonoro. Vai pensar se é normal tamanha potência anal. A quantidade de decibéis te surpreende. E vai ser bem na hora em que o bebê for conhecer a bisavó. O pai da criança vai rir e você vai fazer cara de bunda, e vai dizer que "Ah, já tá mesmo na hora de trocar!"

Mentira. Faz nem 5 minutos que você trocou. Aliás, dúvida muito cruel trocar a fralda. Troco agora ou espero ele(a) fazer mais? Será que ele(a) vai fazer mais? Ele(a) CONSEGUIRIA fazer mais? Sempre que essa dúvida aparecer, você vai escolher trocar o bumbum para não sentir culpa por conta de uns centavos que cada fralda custa. (E vai fazer as contas e concluir que umas DiPano ainda valeriam a pena).

Sempre que você fizer isso para não sentir culpa, o bebê VAI fazer cocô quase que imediatamente naquela fralda limpinha que você acabou de colocar. E você pensa se coloca a fralda boa ou a ruim. Se colocar a boa ela vai melar de cocô imediatamente. Se colocar a ruim Murphy não perdoará: Vai ficar lá por horas. Sequinha. 

Depois de um tempo você aprender a trocar a fralda DEPOIS da mamada. E daí você, que já sentou pra trocar a fralda 5 minutos antes e, portanto, já gastou a descartável que deixou à mão, vai gritar pedindo mais uma fralda pro marido. O abençoado chega com uma fralda de boca. Você geme e troca gentilezas. Ele sai de perto ofendido e injustiçado. Você fica sem ninguém por perto para apagar a luz. O bebê tá se aquietando, dane-se a luz.

A criança apagou. Você se vê diante daquele soninho precioso, e começa a bolar um “phoderoso” esquema pra se movimentar.
E acaba esperando. Deixa pro próximo minuto, pros próximos dez. Pra próxima meia hora. E quando vê virou pedra. Suas costas agora são feitas de metal, teus braços estão dormentes. Suas pernas não te pertencem mais porque para ajudar tem um gato dormindo nelas. Ou dois gatos...

Então você reza pro marido aparecer. Ele tá de mal, lembra? Dane-se. Você chama ele baixinho. Ele não ouve, você chama mais alto. O bebê acorda. Você fica brava e "de castigo" põe ele pra embalar o bebê. A criatura embala o bebê com a mesma delicadeza que faria com um iogurte. Você grita um "não sacode assim porque ela mamou agora!" e o indisposto se põe a reclamar que ele não sabe fazer nada mesmo. 

Você deita o bebê na barriga do meliante, e o bebê dorme! Ufa. Cuidado com os pensamentos agora. Se você pensar por 5 segundos consecutivos vai cutucá-lo no astral. Ele vai acordar mesmo que você esteja agradecendo aos céus pelo seu sono... E nessa hora nem Jesus salva.
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